terça-feira, 29 de julho de 2014

Visitantes partilham as suas observações de Priolo

As observações de priolo são cada vez mais frequentes, especialmente nesta altura do ano em que o priolo é mais fácil de encontrar na Serra da Tronqueira.

Os visitantes do Centro Ambiental do Priolo têm partilhado as suas observações e nós decidimos partilhar com todos... Ficam então as observações de Rosiers Patrick e sua família, turistas belgas, que observaram um juvenil de priolo na Serra da Tronqueira esta semana e nos cederam as suas fotos.




O nosso muito obrigado e parabéns pois foram os primeiros visitantes de 2014 a observar juvenis de priolo e a partilhar connosco.

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quinta-feira, 24 de julho de 2014

Beatas no Chão - a campanha continua

Mais uma semana e a campanha "Beatas no Chão? No Corvo não!", continua!

Esta campanha tem como principal objetivo sensibilizar a população para o problema dos resíduos, nomeadamente das beatas, na Ilha mais pequena dos Açores - Corvo. A iniciativa pretende recolher beatas pela Vila do Corvo e com isso fazer um Mapa da ilha, que será posteriormente exposto, em local a designar.


O mapa feito com as beatas recolhidas durante as últimas 3 semanas já começou a ser preenchido e foram colocados ainda cerca de 15 cinzeiros improvisados pela Vila do Corvo. Resta continuar o trabalho e esperar que a sensibilização comece a surtir efeitos.

Obrigada a todos pela excelente colaboração na Campanha! Esta semana haverá nova acção, no local do costume.


Avistados primeiros juvenis de Priolo

Terminou na semana passada a Monitorização Anual de adultos de Priolos, que decorre durante o período de junho a julho, uma das ações do LIFE+ Terras do Priolo. No último dia num dos pontos no interior da Serra da Tronqueira, foi possível observar um dos primeiros juvenis de priolo do ano. Para quem visitar as Terras do Priolo, a observação dos priolos nascidos este ano será mais um atrativo.

Os priolos juvenis distinguem-se dos adultos pelo facto de terem a cabeça de cor castanha, ao contrário dos adultos que têm a cabeça preta. A cor castanha mantém-se durante os próximos meses até mudarem a plumagem para as cores de adulto. Durante os próximos meses, quem visitar a Serra da Tronqueira, poderá ver priolos adultos e juvenis a voar e alimentarem-se em conjunto. Um comportamento muito interessante de observar. 


O facto dos juvenis terem a cabeça de cor diferente dos adultos leva muitas vezes a que quem os observa pense que são machos e fêmeas ou mesmo espécies diferentes. Esperemos que este juvenil avistado no dia 21 julho seja um sinal de um bom ano para a reprodução do priolo, e um dos primeiros de uma geração que contribuirá para a sustentabilidade desta espécie em PERIGO!

Quem visita as Terras do Priolo e o Centro Ambiental do Priolo pode também colaborar com a equipa da SPEA partilhando as suas observações e registos de priolo, adultos e juvenis. Estes dados  permitem aos técnicos obter mais informações sobre a população bem como aos outros visitantes saber mais sobre as áreas onde os priolos são observados permitindo que cada vez mais pessoas possam disfrutar da observação desta ave tão importante nos Açores. 

Em 2014, desde a abertura do Centro Ambiental em Março, já se receberam 40 registos de observações de priolos, na sua maioria ao longo da Serra da Tronqueira, totalizando 118 priolos observados. Nota importante é que um familia belga conseguiu observar e fotografar esta semana um priolo juvenil. O que mostra que os primeiros juvenis de priolo já estão a ser mais frequentes e mais fáceis de se ver na Serra da Tronqueira. 

Estes registos e muito mais podem ser consultados no site do Centro Ambiental do Priolo – http://centropriolo.spea.pt.

Recolha de sementes no LIFE+ Terras do Priolo

A recolha de sementes é um passo fundamental na produção de plantas para recuperação dos habitats naturais, inclusive preservando e melhorando o património genético de cada espécie. Para a recuperação das áreas degradadas pelas plantas invasoras, a utilização de espécies herbáceas e mesmo fetos nativos é essencial para cobrir o solo e reduzir a re-invasão pelas exóticas.


Apesar do mau tempo não estar a ajudar neste mês de julho, já foi possível recolher alguns quilos de sementes de plantas nativas dos Açores. Para este ano e seguintes será feito um esforço de recolha de sementes de plantas herbáceas e alguns fetos. As espécies que foram recolhidas incidiram principalmente no bracel da rocha Festuca petraceae, bracel do mato Festuca francoi, sargasso Luzula purpureosplendens e feto real Osmunda regalis de acordo com a disponibilidade de sementes nesta altura do ano. 

Irá ser continuada esta recolha nas próximas semanas. As sementes de planta mais recolhidas este ano foramd o sargasso, estas sementes são recolhidas e depois são colocadas a secar por pelo menos 15 dias, se bem que o tempo varia de acordo com o teor de humidade das sementes. Depois de secas as sementes são semeadas dentro da estufa para controlar o melhor possível as germinações. 

sargasso Luzula purpureosplendens

Muitas destas espécies vegetais são não só importantes para a recuperação das áreas naturais mas também fornecem recursos alimentares para o priolo ao longo do ano.

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Uma manhã na companhia das Aves

No sábado passado, 19 de julho, realizaram-se várias atividades no que foi uma manhã diferente na companhia das aves. Isto foi possível através de uma parceria entre a SPEA, Expolab e o Centro de Monitorização e Investigação da Lagoa das Furnas (CMIF) com o apoio do programa Biologia no Verão da Ciência Viva que em conjunto organizaram uma manhã que começou com uma anilhagem, depois uma observação de aves e uma visita às instalações do CMIF.

Grupo no inicio da atividade: Foto : Ana Mendonça
A manhã começou bem cedo para os cerca de 30 participantes que estiveram nas Caldeiras da Lagoa das Furnas, acompanhados pelo Dr. Paulo Catry, que capturaram, identificaram e anilharam várias aves. A anilhagem é uma técnica frequentemente utilizada para o estudo de varias espécies de aves e é util para a obtenção de diversas informações das suas populações como é o caso do seu número, migrações, entre outros.
Desta forma foi possível observar e conhecer um pouco mais sobre as 20 aves capturadas, todas passeriformes residentes que podemos encontrar nesta área, entre piscos-de-peito-ruivo, alvéolas, tentilhões e até toutinegras. Foi possível ainda conhecer a estrelinha, uma ave de pequenas dimensões que embora não tenha sido capturada nas redes fez questão de acompanhar a atividade.
Toutinegra fêmea capturada. Foto: Ana Mendonça

Tentilhão macho capturado. Foto : Ana Mendonça
A atividade continuou depois com a observação de algumas aves que se encontravam na Lagoa das Furnas. Foi possível registar a observação de duas íbis pretas consideradas raridades nos Açores, uma garça branca pequena e alguns galeirões. Para os mais curiosos, falou-se ainda das espécies residentes e dos seus cantos havendo um momento para a sua identificação.  
Íbis Preta. Foto: Ana Mendonça

Os participantes tiveram ainda oportunidade de visitar o CMIF no final da manhã. E quem quis pude ainda assistir às palestras que se realizaram de tarde no Expolab sobre lixo marinho e o trabalho da SPEA nos Açores.

Agradecemos a todos por terem participado e um especial agradecimento ao Dr. Paulo Catry, Expolab e CMIF que contribuíram para melhorar esta atividade.

Descubra mais sobre as atividades que temos para si em http://centropriolo.spea.pt

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Terras do Priolo, um espaço pedagógico

Realizou-se na semana passada, pela primeira vez, a ação de formação “Terras do Priolo, um espaço pedagógico”. Criada a pensar especialmente nos docentes das escolas de São Miguel, esta ação teve a duração de 25h e decorreu nos dias 7, 8, 9 e 10 de julho nas instalações da Escola Básica e Secundária da Povoação, numa parceria entre o Centro de Formação desta instituição e a SPEA.

Esta formação teve como finalidade complementar conhecimentos adquiridos sobre a biodiversidade dos Açores e aumentar a sensibilização dos docentes sobre habitats prioritários dos Açores e espécies ameaçadas. E pretende contribuir para a uniformização de conhecimentos sobre estas temáticas e potenciar a criação de instrumentos de apoio ao currículo escolar, numa perspetiva de aplicação dos conceitos obrigatórios a uma realidade mais próxima dos alunos, facilitando desta forma a sua aprendizagem. 

Descoberta das Aves, uma atividade realizada durante esta formação.
Esta teve uma componente teórica mas também prática que valorizou em muito a ação com a realização de duas saídas de campo que permitiram aos formandos consolidar conhecimentos sobre as aves dos Açores e sobre as plantas da Floresta Laurissilva: Viveiros de Produção de Plantas Nativas e a uma das áreas intervencionadas na ZPE Pico da Vara/Ribeira do Guilherme do Projeto LIFE Terras do Priolo. 
Visita aos viveiros do projeto LIFE Terras do Priolo.
Foi possível observar quase todas as espécies de aves residentes dos Açores e até houve oportunidade de salvar um pequeno pisco-de-peito-ruivo que tinha caído do ninho. O encontro com o priolo foi também um dos pontos altos da visita de campo à floresta Laurissilva.
Cria de Pisco-de-peito-ruivo encontrada durante o percurso.
Relativamente às plantas viram-se algumas das plantas da Floresta Laurissilva e identificaram-se algumas que são mais desconhecidas como é o caso do patalugo, a malfurada ou do bracel.
Malfurada, uma planta desconhecida para muitos.
Os 8 docentes participantes vieram de várias escolas da ilha de São Miguel, entre as quais Vila Franca do Campo, Ponta Delgada, Nordeste e Povoação o que demonstra o interesse e importância que estas temáticas têm como complemento ao currículo escolar dos seus alunos, segundo Ana Mendonça, a formadora da SPEA responsável pela ação.

O nosso muito obrigado a todos os que participaram e o apoio do Centro de Formação da Escola Básica e Secundária da Povoação. Fica a promessa de se realizarem mais ações deste género para o ano.

Percurso noturno “Rota dos Cagarros”

No dia 4 de julho realizou-se um percurso noturno para a observação de Cagarros Calonectris diodomea na freguesia da Pedreira, no Nordeste, uma atividade que juntou 4 participantes. O percurso começou por volta das 20h30 na Igreja da Pedreira onde os participantes combinaram encontrar-se e continuou, sempre a descer, por uma estrada de asfalto até chegar à praia da Fajã do Araújo.


A primeira paragem foi no meio do caminho onde os participantes puderam deleitar-se com a paisagem das falésias e das praias da Fajã do Araújo e do Lombo Gordo. O técnico Carlos Silva deu uma explicação muito interessante sobre os Cagarros e as Zonas Importantes para as Aves (IBA). O programa IBAs é uma iniciativa mundial com o objetivo de identificar e proteger uma rede de sítios críticos para a conservação das aves. O lugar visitado pertence à IBA da Faial da Terra e Ponta do Arnel. Esta zona tem especial relevância por ser um importante lugar de nidificação do Cagarro.

O grupo continuou a caminhada até chegar à praia da Fajã do Araújo onde puderam descansar e beber água. Ali o técnico da SPEA continuou a falar sobre algumas das curiosidades sobre o Cagarro. Os cagarros nidificam em buracos nas falésias perto da costa. Durante o dia um dos pais abandona o ninho para procurar alimento em pequenos bandos ou “jangadas” e voltam ao entardecer. Por volta das 22h30 começamos a ouvir e ver os primeiros cagarros, alguns deles a passar muito perto do grupo. Os cagarros emitem um som muito barulhento que se assemelha a um grito. No caso dos machos este som é mas agudo e nas fémeas é mais grave o que permite distingui-los.


Às 23h00 o grupo voltou à Pedreira pelo mesmo caminho, desta vez na escuridão da noite. Os participantes ainda tiveram a oportunidade de observar alguns cagarros à beira do caminho e apreciar a aparência desta ave. Para algumas das pessoas foi a primeira vez que viram cagarros e puderam observar o grande tamanho desta ave que atinge mais de 120 cm de envergadura.

Os nossos agradecimentos a todos os participantes e ficam convidados a participar nas restantes atividades programadas para os próximos meses de verão.



segunda-feira, 7 de julho de 2014

Aprender e Ajudar a Conservar


Durante o mês de Julho a SPEA está a organizar na Ilha do Corvo, algumas atividades para os jovens dos 8 aos 14 anos que queiram colaborar connosco nos trabalhos a decorrer no estufim do Projeto LIFE "Ilhas Santuário para as aves marinhas". 


Estas atividades pretendem dar a oportunidade aos jovens de aprenderem e ajudarem em algumas das ações pós-projeto LIFE.

Não percas tempo e inscreve-te junto dos técnicos da SPEA no Corvo.

Uma noite, uma insónia

Este é um dos resultados obtidos pela equipa da SPEA e Parque Natural de Ilha de São Miguel, que se deslocou ao Ilhéu de Vila Franca do Campo na noite de 22 de Junho. 

Esta visita teve o intuito de avaliar a presença de roedores, acompanhar a população de cagarros e instalar novas parcelas de monitorização de vegetação. Os resultados continuam surpreendentes. O IVFC continua sem roedores e foram capturados cerca de 40 novos individuosde cagarro. 


Novas visitas se avizinham e os ovos de cagarros começam em breve a sua eclosão.

domingo, 6 de julho de 2014

Painho-de-monteiro é alvo de projeto de conservação

Projeto para a conservação do painho-de-monteiro, financiado pela BirdLife International, arrancou no passado dia 1 de junho sendo coordenado pela Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA). Os objetivos deste projeto passam pela monitorização da espécie nos ilhéus da Praia e de Baixo, a implementação de medidas de conservação e pela formação de uma equipa de especialistas dedicada à elaboração e implementação do plano de ação para o painho-de-monteiro.



O projeto “Painho-de-monteiro (fase 1)”, recentemente aprovado e financiado ao abrigo do Programa “Preventing Extinctions” (PEP) da BirdLife International (que a SPEA representa em Portugal), teve início em junho e irá ser implementado até abril de 2015 pela SPEA. Os principais objetivos do projeto são a monitorização da população reprodutora de painho-de-monteiro, a identificação das principais causas de ameaça, a construção de 50 ninhos artificiais no Ilhéu de Baixo, a recuperação dos ninhos artificiais construídos anteriormente pelo Departamento de Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores (DOP) no Ilhéu da Praia, a constituição de uma equipa de especialistas (“Monteiroi task-force”) e, por fim, definir o Plano de Ação para o painho-de-monteiro. 

O painho-de-monteiro é uma pequena ave marinha que apenas nidifica no Ilhéu da Praia e no Ilhéu de Baixo, localizados ao largo da Ilha Graciosa. Contudo, existem suspeitas da sua nidificação também nas ilhas das Flores e do Corvo. Com uma população de apenas 300 casais reprodutores, esta espécie apresenta um estatuto de conservação desfavorável. São várias as ameaças a que a espécie se encontra susceptível, mas a predação por gaivotas no Ilhéu de Baixo deverá ser a mais relevante. Todavia, é a sua localização restrita a estes dois ilhéus que mais preocupa os especialistas e que originou a necessidade de implementar um projeto de conservação dirigido à espécie.

A SPEA pretende com este projeto garantir a continuação dos largos anos de trabalho levado a cabo pelo DOP no estudo e conservação desta espécie, contando com o apoio e a longa experiência dos investigadores que pertencem ou já pertenceram aquele departamento da Universidade dos Açores. Para além do DOP, neste momento o projeto conta ainda com o apoio do IMAR – Centro do Mar e Ambiente da Universidade de Coimbra e da Secretaria Regional dos Recursos Naturais através da Direção Regional dos Assuntos do Mar e do Parque Natural da Ilha Graciosa. No entanto pretende-se que representantes de outras entidades relevantes para a conservação desta espécie façam parte da equipa de especialistas, tais como, a Câmara Municipal de Santa Cruz da Graciosa e o setor turístico privado a operar na ilha.



Entre os passados dias 28 de junho e 2 de julho, decorreu a primeira campanha de monitorização no âmbito deste projeto, com a deslocação de 3 técnicos da SPEA ao Ilhéu da Praia. Foram contabilizados 73 ninhos de painho ocupados, onde no interior de alguns já se podia observar a pequena cria acabada de nascer. A equipa visitou também o Ilhéu de Baixo com o mesmo objetivo e avaliou ainda o impacto da predação de gaivota-de-patas-amarelas sobre o painho. Esta visita contou com o apoio do Parque Natural da Ilha Graciosa que garantiu o transporte e acompanhamento dos técnicos aos ilhéus e cedeu a casa de apoio do Ilhéu da Praia.