domingo, 6 de julho de 2014

Painho-de-monteiro é alvo de projeto de conservação

Projeto para a conservação do painho-de-monteiro, financiado pela BirdLife International, arrancou no passado dia 1 de junho sendo coordenado pela Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA). Os objetivos deste projeto passam pela monitorização da espécie nos ilhéus da Praia e de Baixo, a implementação de medidas de conservação e pela formação de uma equipa de especialistas dedicada à elaboração e implementação do plano de ação para o painho-de-monteiro.



O projeto “Painho-de-monteiro (fase 1)”, recentemente aprovado e financiado ao abrigo do Programa “Preventing Extinctions” (PEP) da BirdLife International (que a SPEA representa em Portugal), teve início em junho e irá ser implementado até abril de 2015 pela SPEA. Os principais objetivos do projeto são a monitorização da população reprodutora de painho-de-monteiro, a identificação das principais causas de ameaça, a construção de 50 ninhos artificiais no Ilhéu de Baixo, a recuperação dos ninhos artificiais construídos anteriormente pelo Departamento de Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores (DOP) no Ilhéu da Praia, a constituição de uma equipa de especialistas (“Monteiroi task-force”) e, por fim, definir o Plano de Ação para o painho-de-monteiro. 

O painho-de-monteiro é uma pequena ave marinha que apenas nidifica no Ilhéu da Praia e no Ilhéu de Baixo, localizados ao largo da Ilha Graciosa. Contudo, existem suspeitas da sua nidificação também nas ilhas das Flores e do Corvo. Com uma população de apenas 300 casais reprodutores, esta espécie apresenta um estatuto de conservação desfavorável. São várias as ameaças a que a espécie se encontra susceptível, mas a predação por gaivotas no Ilhéu de Baixo deverá ser a mais relevante. Todavia, é a sua localização restrita a estes dois ilhéus que mais preocupa os especialistas e que originou a necessidade de implementar um projeto de conservação dirigido à espécie.

A SPEA pretende com este projeto garantir a continuação dos largos anos de trabalho levado a cabo pelo DOP no estudo e conservação desta espécie, contando com o apoio e a longa experiência dos investigadores que pertencem ou já pertenceram aquele departamento da Universidade dos Açores. Para além do DOP, neste momento o projeto conta ainda com o apoio do IMAR – Centro do Mar e Ambiente da Universidade de Coimbra e da Secretaria Regional dos Recursos Naturais através da Direção Regional dos Assuntos do Mar e do Parque Natural da Ilha Graciosa. No entanto pretende-se que representantes de outras entidades relevantes para a conservação desta espécie façam parte da equipa de especialistas, tais como, a Câmara Municipal de Santa Cruz da Graciosa e o setor turístico privado a operar na ilha.



Entre os passados dias 28 de junho e 2 de julho, decorreu a primeira campanha de monitorização no âmbito deste projeto, com a deslocação de 3 técnicos da SPEA ao Ilhéu da Praia. Foram contabilizados 73 ninhos de painho ocupados, onde no interior de alguns já se podia observar a pequena cria acabada de nascer. A equipa visitou também o Ilhéu de Baixo com o mesmo objetivo e avaliou ainda o impacto da predação de gaivota-de-patas-amarelas sobre o painho. Esta visita contou com o apoio do Parque Natural da Ilha Graciosa que garantiu o transporte e acompanhamento dos técnicos aos ilhéus e cedeu a casa de apoio do Ilhéu da Praia.



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