Conservação

A SPEA trabalha nos Açores desde 2003 e tem desenvolvido vários projetos para a monitorização e conservação da avifauna dos Açores, tanto terrestre como marinha, em parceria com o Governo Regional dos Açores, municípios e universidade, entre outros. Fica aqui o resumo alguns dos principais resultados do nosso trabalho na região:

O Priolo, mais longe da extinção e símbolo do território

O priolo Pyrrhula murina foi o passeriforme mais ameaçado da Europa com apenas 300-400 indivíduos e classificado como Criticamente em Perigo de Extinção. Esta ave, que apenas pode ser encontrada na zona este da ilha de São Miguel, foi alvo de vários projetos LIFE coordenados pela SPEA desde 2003 (LIFE-Priolo, LIFE+ Laurissilva Sustentável e LIFE+ Terras do Priolo) que tem permitido recuperar mais de 450 hectares de habitats prioritário e atingir uma população de priolo estável em torno dos 1000 indivíduos. Isto permitiu que em 2016 o priolo passasse ser considerado apenas como Vulnerável. 

Para além disso, o esforço de sensibilização,  através da educação ambiental e do envolvimento realizado pelos vários projetos, permitiu que a comunidade local dos municípios de Nordeste e Povoação ficassem cada vez mais ligados a esta ave única e por extensão mais sensibilizados com um desenvolvimento mais sustentável. Estes esforços permitiram promover este território como destino turístico sustentável galardoado com a Carta Europeia de Turismo Sustentável e criar a Marca Priolo, símbolo da cooperação entre empresas turísticas e a conservação da natureza, atualmente com 49 membros.

Corvo, cada vez mais um santuário para as aves marinhas

Outro dos locais onde a SPEA mantem uma presença constante é na ilha do Corvo. A ilha mais pequena dos Açores, com pouco mais de 400 habitantes, tem todas as condições para se tornar um santuário para as aves marinhas e é isto que desde 2009 a SPEA, junto com a população desta ilha, está determinada a conseguir.

O projeto LIFE+ Ilhas Santuário para as Aves Marinhas, permitiu de 2009 a 2013 atuar sobre as principais ameaças para as aves marinhas em ilhas habitadas. Este foi um projeto pioneiro para a conservação das colónias de aves marinhas nos Açores, através da recuperação do seu habitat e de medidas de controlo e erradicação de espécies invasoras introduzidas. A promoção dos valores ambientais dos Açores, educação ambiental, dinamização de turismo ambiental e aproveitamento sustentável de recursos foram também contemplados no âmbito do projeto.

Após a conclusão deste projeto, a SPEA manteve a sua presença na ilha de modo a manter as ações realizadas e continuar com o esforço de sensibilização e envolvimento de uma população que a cada dia contribui mais e melhor para tornar esta ilha num santuário para as aves marinhas, reduzindo as ameaças que estas aves enfrentam através, por exemplo, da realização de apagões noturnos no período de saída destas aves dos ninhos.

Conhecer as aves marinhas dos Açores para as proteger 

Para além da ilha do Corvo, a SPEA trabalha para promover a redução das principais ameaças para as aves marinhas, desde os predadores introduzidos à poluição luminosa e ao lixo marinho, através da promoção da discussão entre os agentes envolvidos e a promoção de politicas públicas adequadas.

Mas o primeiro passo para as proteger é conhece-las bem e é isto que desde 2017, e através de vários projetos, estamos a fazer visitando com regularidade os ilhéus das ilhas de Santa Maria, São Miguel e Graciosa para monitorizar as colónias de cagarro Calonectris borealis, painho-da-madeira Hydrobates castro, painho-de-monteiro Hydrobates monteiroi, frulho Puffinus lherminieri, estapagado Puffinus puffinus e alma-negra Bulweria bulwerii. Em outros sítios onde não conseguimos aceder, fazemos esta monitorização através de meios acústicos. 

Para conhecer mais sobre o nosso trabalho com as aves marinhas pode acompanhar-nos no grupo de Facebook "Aves Marinhas da Macaronésia" 

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