quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

ALBATROZ: sensibilizar sobre a ameaça do lixo marinho sobre as aves marinhas

Desde 2010 a SPEA vem sensibilizando na ilha do Corvo sobre a preservação das aves marinhas e suas ameaças, com o Programa de Educação Ambiental a focar-se primordialmente na Literacia dos Oceanos, para compreender a influência do Oceano em nós e a nossa influência nos Oceanos (Ocean Literacy, 2013). Em 2020 continuamos a promover essa sensibilização assente nas bases já transmitidas aos cerca de 60 alunos na ilha do Corvo e também em São Miguel no âmbito do projeto OceanLit, 2019-2022 (projeto que pretende conhecer, gerir os resíduos/mitigar e sensibilizar sobre a problemática do lixo marinho na Macaronésia e que terá o seu lançamento oficial em Março) coordenado pelo Centro Tecnológico de Ciências Marinhas (Canárias), e tendo como parceiros nos Açores entidades como a Direção Regional para os Assuntos do Mar, e a Direção Regional das Pescas e a SPEA, no nosso caso no pilar da sensibilização. As aves marinhas são as espécies de aves mais ameaçadas do mundo, e tem como uma das principais ameaças o lixo marinho, maioritariamente, plástico. Até 2050, a previsão é de que 99% das aves marinhas irão ingerir plástico (Wilcox et al., 2015), tendo esta ameaça sido identificada como uma das principais na região da Macaronésia (MSII Consortium, 2018) e em alguns casos com a presença de plástico já identificada em 93% dos juvenis de cagarro Calonectris borealis nos Açores (Rodrígues et al., 2016), 83% nas Canárias (Rodríguez et al., 2012) e também em 46% dos espécimes de calcamar Pelagodroma hypoleuca marina na Madeira (Catry et al., 2010).

E para uma maior compreensão desta ameaça nada melhor do que o visionamento de um documentário que retrata este problema na perfeição, ALBATROZ é um documentário que mostra a realidade do Atol de Midway onde nidifica o Albatroz de Laysan Phoebastria immutabilis e onde em vez de peixe...a refeição principal é plástico! A ingestão de plástico pode danificar ou bloquear o seu trato digestivo, reduzir o volume do estômago e acumular ou absorver químicos presentes nos plásticos à derivam passando para a água (Tanaka et al., 2015; Provencher et al., 2018), que terão efeitos diretos e indiretos sobre as populações de aves marinhas.


Aluno do Jardim de Infância "Planeta Azul" a identificar o plástico ingerido
Foto: T.Pipa



Sessão de sensibilização no Jardim de Infância "Planeta Azul"
Foto: T.Pipa

Cria de Albatroz-de-laysan morto após ingestão de plástico
Foto: T.Pipa

Além da sensibilização e chamada de atenção para a problemática do lixo marinho, em particular do plástico sobre as aves marinhas foi ainda pedido aos alunos que identificassem os produtos de que provinha o plástico ingerido, nomeadamente, isqueiros, tampas de garrafas, escovas de dentes foram alguns dos exemplos identificados nas imagens, de modo, a que os alunos percebam o nosso impacto e como podem alterar comportamentos para reduzir o consumo de plástico descartável em particular.

Muito Obrigada e viagem através dos olhos desta magnífica ave que infelizmente está a ter a sua produtividade afetada por esta ameaça:


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