quinta-feira, 23 de agosto de 2018

Educar e Preservar com a Reserva Voluntária dos Meros


Uma equipa da Universidade dos Açores/MARE liderada pelo investigador Pedro Afonso em colaboração com a Fundação Oceano Azul e a Fundação Waitt, durante a Blue Azores Expedition esteve a marcar meros Ephinephelus marginatus na Reserva Voluntária dos Meros. A Reserva foi criada voluntariamente em 1999 após a descoberta de uma população de meros residentes junto aos moinhos da ilha do Corvo em 1998 pela empresa de mergulho Nauticorvo. Assim, e após esta descoberta e de modo, a poder perpetuar e manter esta população foi em conjunto com a Associação de Pescadores da ilha criada a Reserva Voluntária, ficou acordado entre todos de que a área estava interdita à pesca permitindo assim, que a ilha se tornasse um destino para o mergulho, em particular com os meros da Reserva.

Marcação de mero pelo investigador Pedro Afonso
Foto: Bárbara Ambrós

Infelizmente a Nauticorvo já não existe mas mesmo assim, os corvinos tem mantido a Reserva e é nesse sentido que a equipa do investigador Pedro Afonso se deslocou ao Corvo para colocar marcas acústicas na população de meros da Reserva, em colaboração com o Parque Natural de ilha, o mergulhador profissional Pedro Reis e o Dr. Frederico Cardigos.

O principal objectivo é conhecer melhor o comportamento dos indivíduos e descobrir se a Reserva contribui para a dispersão e aumento da população nas áreas circundantes, é o que se denomina por spillover effect/ "efeito de derrame" das áreas marinhas protegidas, pois não só aumentam o número de indivíduos, como contribuem para ter indivíduos maiores e aumentam o número de indivíduos nas áreas adjacentes da Reserva, pois com o aumento da densidade a tendência é dispersarem-se para fora da área. Ainda segundo o investigador Pedro Afonso, esta área e áreas adjacentes da costa do Corvo são das zonas de maior riqueza específica nos Açores.

Estas marcas permitem obter informação durante os próximos 10 anos o que tendo em conta a longevidade da espécie (podem viver mais de 50 anos) é essencial para poder implementar medidas de conservação para a espécie.

Com o intuito de promover a Reserva realizamos uma actividade de sensibilização da população local (em colaboração com a equipa do investigador Pedro Afonso) dando a conhecer o projecto e observar em primeira mão a colocação destas marcas num indivíduo. 

No total foram 24 os participantes na actividade que certamente estão mais sensibilizados para a necessidade de preservação da Reserva e da sua importância.

População presente na actividade de sensibilização ministrada pelo investigador Pedro Afonso
Foto: Bárbara Ambrós

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