quinta-feira, 19 de abril de 2018

LIFE+ Terras do Priolo selecionado como projeto de referência para a sustentabilidade dos Açores

A  Edição especial do 183º Aniversário do jornal Açoriano Oriental intitulada  "Açores à Prova do Futuro" selecionou o projeto Life+ Terras do Priolo, entre outros, como exemplo da evolução da Região Autónoma dos Açores em prol do cumprimento dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) definidos pelas Nações Unidas na sua Agenda 2030. 


O ODS 15 referente à conservação dos ecossistemas terrestres pretende até 2020 promover a conservação, restauro e gestão sustentável dos ecossistemas terrestres e parar a perda de biodiversidade, entre outros objectivos. 


O Projeto Life+ Terras do Priolo que permitiu, até ao momento, recuperar mais de 450 hectares de floresta Laurissilva dos Açores, 75 hectares de turfeiras e recuperar a população do priolo até os 1182 indivíduos, foi selecionado nos "17 projetos de referência nos Açores: a abrir caminho para o futuro".

quarta-feira, 11 de abril de 2018

1º Encontro de Turismo das Flores e Corvo

Nos dias 6 a 8 de abril decorreu na ilha das Flores o 1º Encontro de Turismo das Flores e Corvo no qual tivemos a honra de ser convidados e falar um pouco da importância da sustentabilidade ambiental, e relevância das acções de conservação que temos vindo a desenvolver desde 2009 no grupo ocidental para a sustentabilidade ambiental destas ilhas, em particular na ilha do Corvo no âmbito do projeto e pós-projeto LIFE Ilhas Santuário para as Aves Marinhas e recentemente com a extensão dos trabalhos à ilha das Flores no decorrer do projeto LIFE EuroSAP (tendo sido confirmada a nidificação de painho-de-monteiro Hydrobates monteiroi, endémica dos Açores, na ilha), LuMinAves e MISTIC SEAS II.

Palestra sobre a importância da sustentabilidade ambiental
Foto: Marília Hipólito
Para terminar deixamos um agradecimento aos impulsionadores desta excelente iniciativa, e todos os que apoiaram a sua concretização, nomeadamente, a Câmara Municipal de Santa Cruz das Flores, a Câmara Municipal das Lajes das Flores, a Câmara Municipal do Corvo, a Aldeia da Cuada, o Hotel Inatel, o Hotel Ocidental, o Sr. Carlos Toste Mendes, o Hotel Servi Flor, os Supermercados Pão de Açucar, o Centro de Interpretação Ambiental do Boqueirão, a Experience OC, o Restaurante Casa do Rei, o Restaurante Pôr do Sol, a Sra. Gabriela Silva, o Sr. Frederic Fournier e a Sra. Sílvia Freitas.

É de louvar quando as entidades locais e cidadãos se unem em prol do desenvolvimento sustentável das suas ilhas, a integração das mesmas é essencial para que todos os pilares do desenvolvimento sustentável (economia, social e ambiente) sejam atingidos em harmonia, mantendo as necessidades do presente e garantindo os recursos para as gerações futuras.

Parafraseando Carlos Slim " Não necessitamos de um Mundo melhor para as Crianças...precisamos de Crianças melhores para o Mundo".

domingo, 8 de abril de 2018

Centro Ambiental do Priolo acessível a todos

O Centro Ambiental do Priolo (CAP) está listado entre as infraestruturas acessíveis nos Açores e já pode ser encontrado na plataforma digital TUR4All. 

Nesta plataforma estão listadas várias estruturas de visitação em Portugal com condições adaptadas ao Turismo Acessível e foi com o objetivo de promover este tipo de turismo no nosso país que a marca Acessible Portugal criou esta plataforma. 

O CAP foi considerado 81% acessível ( autonomamente e com apoio) estando dotado de uma zona de atendimento próxima da entrada, circulação interior com cadeira de rodas total, instalações sanitárias adaptadas, entre outros.

A inclusão do CAP nesta plataforma  é um passo em frente para a promoção de um turismo sustentável e acessível para todos nos Açores, em especial nas Terras do Priolo ( Nordeste e Povoação) onde a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves - SPEA tem desenvolvido vários projetos para a preservação do priolo e para a sua sustentabilidade a longo prazo.

Visite esta plataforma e descarregue a aplicação móvel com toda a informação em https://www.tur4all.com/resources/centro-ambiental-do-priolo

quarta-feira, 4 de abril de 2018

Conservação de aves marinhas de Santa Maria à Graciosa


Os trabalhos dos projectos LuMinAves e MISTIC SEAS II tem decorrido em estreita sinergia e com a colaboração da equipa OKEANOS da Universidade dos Açores. Durante o mês de Março uma equipa da SPEA e do OKEANOS deslocou-se a Santa Maria (mais precisamente ao ex-libris das aves marinhas na ilha do Sol, o ilhéu da Vila) para recolher a unidade de gravação automática (aí colocada com o intuito de estimar a abundância do roque-de-castro Hydrobates castro) no âmbito do pilar número 1 do projecto LuMinAves, o conhecimento.


Cria de frulho
Foto: TPipa

Foi ainda realizada a monitorização da abundância, sucesso reprodutor e taxa de sobrevivência de frulho Puffinus lherminieri  no âmbito do projecto Mistic Seas II. Foi com grande prazer que tivemos a acompanhar os trabalhos a directora do Parque Natural de ilha, a Dra. Rita Câmara que colaborou activamente e com bastante entusiasmo, tendo inclusive encontrado um dos ninhos de frulho, nas prospecções e inclusive anilhou outros 2. 

Dra. Rita Câmara a anilhar um frulho no ilhéu da Vila
Foto: Miriam Cuesta
No âmbito do pilar número 2 (divulgação) realizamos ainda em parceria com o Parque Natural de ilha uma sessão pública relativa ao LuMinAves (8 participantes, uma vez que teve que ser reagendada dado o cancelamento da equipa devido aos nevoeiros, que causaram ainda o cancelamento das actividades de educação ambiental, que tentaremos reagendar numa próxima visita).

Sessão pública sobre o projecto LuMinAves em Vila do Porto
Foto: Elizabeth Atchoi

Depois da ilha amarela seguimos para a ilha Branca e como habitual tivemos o apoio indispensável do Parque Natural da Graciosa, desde a ajuda na limpeza dos 50 ninhos artificiais para painho-de-monteiro Hydrobates monteiroi no ilhéu de Baixo, onde foi também recolhida a a unidade de gravação automática que aí se encontrava a recolher a informação para estimar a abundância do roque-de-castro.

Limpeza de ninhos artificiais de painho-de-monteiro no ilhéu de Baixo em colaboração com a vigilante Joana do Parque Natural de ilha
Foto: Carlos Silva

E no transporte para o ilhéu da Praia onde a monitorização da abundância, sucesso reprodutor e taxa de sobrevivência que decorreu num "encontro entre espécies", uma em fim de época de nidificação, roque-de-castro (ainda se encontravam algumas crias praticamente voadoras no ninho), uma em plena época de nidificação, o frulho e para terminar uma a iniciar a época de nidificação, o painho-de-monteiro (alguns indivíduos já se encontravam nos ninhos, primeiras prospecções).

Encontro de espécies, painho-de-monteiro à esquerda, frulho no meio e roque-de-castro à direita.
Foto: Elizabeth Atchoi

Para terminar,  é de ressalvar a importância das entidades locais (Parques Naturais nomeadamente) que com o seu conhecimento mais profundo do terreno contribuem para uma melhor aplicação e implementação dos trabalhos facilitando a nossa integração e o estabelecimento de contactos essenciais para a boa execução dos projectos.

45 000 novas plantas para o restauro ecológico da Floresta Laurissilva na Serra da Tronqueira

Nas margens da Ribeira do Guilherme, em plena área protegida da Serra da Tronqueira, o Projeto Life+ Terras do Priolo está a levar a cabo uma das suas ações de maior envergadura, a criação de um gradiente altitudinal de vegetação nativa, com o intuito de obter ao longo da encosta, um gradiente de espécies nativas que permita aumentar a disponibilidade de alimento para o Priolo, aproveitando as diferenças nos tempos de floração e frutificação, devido às diferentes altitudes.

             Plantação na área inferior, anteriormente coberta de incenso puro

A encosta selecionada apresenta um intervalo altitudinal entre 300 e 900 metros apresentando características edafoclimáticas propícias para a existência de três tipos distintos de Floresta Laurissilva dos Açores, nas cotas mais baixas Laurissilva mésica (atualmente quase extintas) caracterizadas por associações vegetais dominadas por Faia-da-terra (Morella faya) e Pau-branco (Picconia azorica), no meio da encosta, Laurissilva Húmida com associações vegetais de Louro (Laurus azorica) e Sanguinho (Frangula azorica), e nas cotas mais elevadas e expostas da encosta, Floresta Laurissilva Hipérhumida com Azevinho (Ilex azorica) e Cedro-do-mato (Juniperus brevifolia).


  Estabilização de taludes nos acessos com medidas biofísica e plantas nativas

Os trabalhos de restauro têm prosseguido com maior intensidade nas áreas mais baixas dadas as elevadas densidades de espécies exóticas, especialmente a conteira (Hedychium gardnerarum) e incenso (Pittosporum undulatum), resultando em vastas áreas cortadas que agora têm de ser plantadas com espécies nativas.

                Estado original da área, manchas puras de espécies invasoras

Neste momento está a ser plantada uma área equivalente a 17 campos de futebol, em que vão ser necessárias mais de 120 mil plantas! Com vista a atingir este objetivo, chegaram a esta área mais 45 000 plantas de espécies endémicas e nativas produzidas nos Viveiros dos Serviços Florestais do Nordeste, fruto da parceria com a DRRF, que conjuntamente com os viveiros do Projeto, produzem todas as plantas necessárias para estes trabalhos de restauro ecológico.

                      Parte superior do gradiente com floresta Laurissilva

Agora e até final de Abril decorrerão as plantações nesta encosta, com a expectativa de no futuro voltarmos a ter manchas de floresta Laurissilva que estavam em risco de desaparecer nesta área protegida.