quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Lua-de-mel no Corvo IV: chama-se Penas


A cria da 4ª edição da Lua-de-mel no Corvo já tem nome. Penas foi o nome escolhido pela maioria dos seguidores desta aventura. Assim, a Sónia Manso, da ilha do Pico receberá um guia de bolso das aves marinhas de Portugal, uma vez que foi ela a autora da sugestão. Não deixem de acompanhar os últimos momentos do/da Penas uma vez que desde o dia 21 de outubro à noite a cria aventura-se fora do ninho para experimentar as asas, até abandonar o ninho de vez, o que estará para breve, já que apresenta 352mm de asa e 890g de peso, ou seja, apresentado as biometrias da média dos juvenis salvos no SOS Cagarro.

Foto: Bárbara Ambros

Mais uma vez agradecemos aos que acompanharam mais este ciclo da mais emblemática ave marinha dos Açores.

Lembrem-se. Salvem um Cagarro. Façam um Amigo!

terça-feira, 25 de outubro de 2016

SPEA - Açores efetua trabalhos de monitorização de populações de cagarro


A Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves tem efetuado o “acompanhamento familiar” de colónias de cagarro (Calonectris borealis), desde a implementação do projeto LIFE “Ilhas Santuário para as Aves Marinhas”, em 2009.

O Cagarro é uma ave marinha pelágica que nidifica em fendas ou cavidades no solo e os Açores são o local de eleição para a nidificação de 75% da população mundial. A fêmea coloca um único ovo no final de maio, caso comum a todos os Procellariiformes, sem qualquer tipo de substituição do ovo em caso de fracasso. A eclosão ocorre no final de julho e os adultos deixam a cria sozinha durante o dia para procurar alimento regressando ao ninho à noite. Cerca de três meses depois, entre final de outubro e início de novembro, os juvenis abandonam os ninhos e iniciam o seu primeiro voo bem como preparam a sua primeira travessia oceânica rumo ao atlântico sul. Estas crias regressam aos açores quando atingem a maturidade sexual ao fim de 7 anos. Os ninhos são visitados regularmente com a ajuda de endoscópios para detetar a presença do casal, ovo e acompanhar o nascimento/crescimento da cria, desde o final de fevereiro, aquando da chegada desta ave emblemática aos Açores.

Nos últimos anos a SPEA tem efetuado o acompanhamento de várias colónias na ilha do Corvo e no ilhéu de Vila Franca do Campo (ilha de São Miguel) onde tem avaliado o sucesso reprodutor de cada colónia. Com cerca de 550km de distância entre cada local, o ciclo de vida do cagarro é idêntico à exceção das condições de nidificação (tipo de ninho e presença de predadores – gatos e ratos). O sucesso reprodutor de cada colónia é obtido pela relação entre o número de crias que sobrevivem e o número de posturas. No Corvo, o acompanhamento semanal de 200 ninhos determinou, em 2012, que os gatos e roedores são responsáveis pelo baixo sucesso reprodutor de cagarro (cerca de 39%).

No ilhéu de Vila Franca do Campo do Campo, onde não existem estes predadores, o sucesso reprodutor de cagarro tem sido muito mais elevado que na ilha do Corvo. No ano de 2015 e 2016 obtiveram-se valores de sucesso reprodutor respetivos de 72% e 63%. As crias dos ninhos monitorizadas são normalmente anilhadas e as biometrias são registadas (peso, dimensão da asa, bico, cabeça e tarso). Este ano, as crias tinham um peso médio abaixo do normal o que poderá explicar a diminuição de 9% no sucesso reprodutor comparativamente com o ano anterior. Várias crias não resistiram por deficiente desenvolvimento da massa corporal devido, provavelmente, a uma generalizada falta de alimento. No Corvo, aguardam-se os resultados do sucesso reprodutor mas os resultados preliminares não são satisfatórios devido à elevada predação registada. Em simultâneo, procedeu-se à avaliação de 27 ninhos de cagarro na IBA PT0079 Faial da Terra/Ponta do Arnel (IBA – sítio importante para as aves), na ilha de São Miguel, onde o sucesso reprodutor rondou os 38%. Aqui também se registaram elevadas taxas de predação.


A predação em crias de cagarro continua a ser uma ameaça presente em ilhas habitadas. Para além dessas ameaças, os juvenis enfrentam outros perigos, nomeadamente a poluição luminosa. Ao abandonar o ninho para realizar a migração transatlântica pela noite e com a pouca experiência de voo são atraídos pelas luzes artificiais (candeeiros públicos, iluminação pública, luzes de carro, etc.) acabando por colidir com estes. Para mitigar esta ameaça o Governo dos Açores promove desde 1995 a Campanha SOS Cagarro organizada em duas vertentes, Educação Ambiental e Conservação da Natureza entre 15 de outubro e 15 de novembro, envolvendo inúmeros parceiros e mobilizando milhares de pessoas.

O cagarro ADAM é o primeiro cagarro da SPEA a ser libertado no Nordeste. Este é um jovem macho de 720 gramas e que foi resgatado na noite de 20 de outubro. A ave foi anilhada, pesada e foram medidos os dados biométricos. O Adam foi libertado posteriormente junto do mar.A SPEA tem, nos últimos anos, colaborado ativamente no resgate, salvamento e libertação de juvenis de cagarro no Concelho do Nordeste e da Povoação e na ilha do Corvo, onde o primeiro juvenil foi salvo no dia 19 de outubro e pesava 890g e media 357mm de asa.

Colabore e participa nesta campanha,
Este ano salve um cagarro e faça um amigo.

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Jardim de Endémicas no Corvo

Hoje foi dia de colaborarmos com a Câmara Municipal do Corvo na requalificação do jardim municipal, nomeadamente na criação de um espaço só para endémicas, um "jardim de endémicas". As plantas que agora se espera que cresçam e encham de cor este espaço público são provenientes do estufim incorporado na Escola Básica e Secundária Mouzinho da Silveira e é uma das principais áreas de intervenção da Plano de Ação Pós-Projecto LIFE "Ilhas Santuário para as Aves Marinhas". Foram cerca de 150 as plantas aí colocadas, entre as quais a urze Erica azorica, a faia-da-terra Myrica faia, o pau-branco Picconia azorica, o sanguinho Frangula azorica, a uva-da-serra Vaccinium cylindraceum,  o bracel Festuca petraea e a vidália Azorina vidalii. Além da plantação destas foram ainda semeadas directamente não-me-esqueças Myosotis maritima  e mais vidália.

Foto: T.Pipa

                                                                                          Foto: Cassiano Proença

Esta é mais uma iniciativa da Câmara Municipal no sentido de requalificar os espaços verdes da Vila do Corvo, aproveitando a produção de espécies nativas que vimos realizando desde 2010 com o projecto e pós-projecto LIFE "Ilhas Santuário para as Aves Marinhas"e seguindo o mote do programa de produção de plantas nativas do Governo Regional, devolvendo aos açorianos o património natural que foi perdido. 

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Corvinus, Penas, Grey, Mel ou Nando Santos...qual será a escolha?


Mais uma vez os seguidores da Lua-de-mel no Corvo colaboraram na sugestão de vários nomes para a cria de Cagarro Calonectris borealis mais famosa do Mundo. Uma semana após lançado o desafio e devido ao elevado número de sugestões foram escolhidas 5 em vez das habituais 3, nomeadamente: Corvinus, Penas, Grey, Mel e Nando Santos. Pedimos agora que votem nestas opções até ao final da semana, e a mais votada será escolhida. Para o fazer basta comentar na própria notícia ou então podem deixar mensagem na shoutbox da Lua-de-mel no Corvo.

Foto: T.Pipa

Fica desde já, um agradecimento a todos os que continuam a acompanhar a 4ª edição da Lua-de-mel no Corvo. Lembrem-se a sugestão vencedora ganha um guia de bolso das aves marinhas de Portugal.

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

SOS Cagarro - Como proceder quando encontrar um cagarro

A Secretaria Regional dos Recursos Naturais desenvolve anualmente a Campanha SOS Cagarro visando alertar a população açoriana para a necessidade de preservação desta espécie protegida que nidifica nos Açores. Esta campanha, em que a SPEA também colabora, decorre entre 15 de Outubro e 15 de Novembro, período que coincide com a saída dos cagarros juvenis dos ninhos para o primeiro voo transoceânico.

Durante esta saída dos ninhos é comum encontrarmos cagarros caídos dentro das povoações e até mesmo em estradas iluminadas. O que fazer quando encontramos um destes amigos de penas?



Primeiro passo:

Deverá assegurar-se de quem tem uma caixa de cartão onde colocar a ave e um cobertor ou um casaco que possa utilizar para pegar na ave (assim evita bicadas);

Segundo passo:

Com cautela aproxime-se do cagarro com o cobertor nas mãos e coloque-o sobre o animal, agarre-o bem, não deixando espaço para a ave se mexer e tentar dar-lhe uma bicada;

Terceiro passo:

Coloque o cagarro dentro da caixa, assegurando que tem alguns buracos para que possa respirar, e feche a caixa.


Depois de o ter em segurança pode soltá-lo ao amanhecer junto ao mar ou se preferir pode deixá-lo na esquadra da PSP mais próxima de si.

Este é um procedimento simples e protege uma ave característica dos Açores facilmente identificada pelo som que produz, animando as noites açorianas. Já sabe que ao salvar um cagarro está a contribuir para preservar esta espécie.

Saiba mais em http://www.azores.gov.pt/Gra/dram-soscagarro/




Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves com novo Diretor Executivo

Com mais de 23 anos de trabalho em prol da natureza e ambiente em Portugal, a  Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) iniciou este mês  uma nova etapa no seu percurso, com o Dr. Domingos Leitão como o novo Diretor Executivo. Uma nova fase, que pretende dar continuidade ao que a SPEA tem vindo a fazer para a conservação das aves e dos seus habitats, sensibilização ambiental, promoção da ornitologia e na aposta de um desenvolvimento mais sustentável.


Nas palavras de Domingos Leitão, o novo Diretor Executivo da SPEA ”O desafio é enorme, mas conto com todos os sócios, técnicos, colaboradores e parceiros da SPEA, para trabalhar por mais resultados em prol das aves, do desenvolvimento sustentável e da nossa associação.”


O novo Diretor Executivo esteve recentemente nos Açores, onde pôde ficar a conhecer, com maior profundidade, os projectos em curso no arquipélago e a equipa da SPEA nos açores, bem como muitos dos parceiros envolvidos. 


Durante esta breve visita foi possível visitar o Corvo e São Miguel onde se desenvolvem trabalhos para a conservação das aves marinhas e do Priolo bem como dos seus habitats.

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Cria da Lua-de-mel no Corvo IV precisa de nome?


Pelo 4º ano a SPEA em conjunto com a MEO, Câmara Municipal do Corvo e o Governo dos Açores segue a nidificação de um casal de Cagarros Calonectris borealis em tempo real e directamente da mais pequena ilha dos Açores, o Corvo. Até ao momento a cria já foi vista mais de 12.000 vezes desde Junho e continua a prender a atenção dos que a acompanham diariamente. Agora com 1200 g e 29.9 cm de asa, a perder a penugem a cada dia que passa, dando lugar às asas que lhe permitirão atravessar o Atlântico dentro 2-3 semanas rumo a Sul, mais precisamente à costa brasileira ou sul-africana, voltando ao Corvo para se reproduzir daqui a 6-7 anos.

Foto: T.Pipa

Desta forma, gostaríamos de contar com a vossa habitual colaboração na escolha do nome desta cria, que se juntará ao Hypnos, Luz e Lua as anteriores crias que deliciaram os espectadores assíduos da Lua-de-mel no Corvo. 

Das vossas sugestões escolheremos 3 que irão posteriormente a votos! A sugestão vencedora receberá um guia das aves marinhas de Portugal. Pede-se ainda que a sugestão possa ser utilizada em ambos os géneros, uma vez que a cria não é muito faladora/falador, o que não nos permite saber o género até ao momento.

Muito Obrigada pela vossa colaboração e não percam a oportunidade de se despedir desta jovem cria que representa o futuro da ave mais emblemática dos Açores.Para seguir e acompanhar as últimas semanas da cria no ninho basta ir a http://cagarro.spea.pt/.
Foto: T.Pipa