quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

Estufim: uma ferramenta para educar e preservar



O estufim incorporado na Escola Básica e Secundária Mouzinho da Silveira (EBSMS) é desde 2010 uma ferramenta essencial para a recuperação de habitat na ilha do Corvo através da produção de nativas que tem vindo a ser plantadas nas áreas de intervenção (Reserva Biológica do Corvo e Reserva Biológica de Altitude), nas áreas de intervenção do Parque Natural de ilha e inclusive na Vila do Corvo aumentando o número de espaços verdes pela Câmara Municipal do Corvo.

Além da produção de nativas o estufim tem ainda sido uma ferramenta essencial na educação ambiental das crianças e jovens corvinos permitindo-lhes adquirir conhecimentos sobre as plantas nativas e também desde 2014 sobre hortícolas e agricultura biológica.

Alunos do clube do Ambiente da EBSMS a produzir ervas aromáticas. Foto: Noélia Lanchas

Assim, no dia 1 de fevereiro de 2019 como habitual os alunos do clube do Ambiente deslocaram-se ao estufim para colaborarem na produção de nativas mas também na produção de ervas aromáticas que são escassas na ilha, com o intuito de criar um jardim de ervas aromáticas na escola, em particular coentros, aneto-endro, hortelã, oregãos, manjericão, tomilho e salva. Os alunos aprenderam deste modo, o processo de preparar a terra, a sementeira e ainda a identificar as plantas, por espécie e data da plantação, permitindo-lhes trabalhar metodicamente. Cabe agora aos alunos monitorizarem a germinação e crescimento do jardim de aromáticas.


Aluna do clube do Ambiente da EBSMS a preparar a terra para a produção de ervas aromáticas. Foto: Noélia Lanchas



Life+ Terras do Priolo - Engenharia natural

A engenharia natural, ou bioengenharia dos solos, é uma área da engenharia que se ocupa com a estabilização de taludes, encostas e com a estabilização e regulação dos cursos de água, através de técnicas combinadas desde a utilização de plantação, estacaria e de materiais naturais como pedras, madeiras, geotêxteis e fibras.

No decorrer do projeto Life+ Terras do Priolo, na zona da Mata dos Bispos, Povoação, foram testadas varias técnicas de construção de engenharia natural. Depois de analisar os seus resultados, estas técnicas foram mais tarde aplicadas em diferentes áreas de intervenção do projeto, com diferentes problemas.


Uma das  áreas onde as técnicas de engenharia natural foram aplicadas corresponde à ação C6 do projecto, no gradiente altitudinal de vegetação, onde nas linhas de água que estão presentes na parte mais baixa do gradiente, foram construídos pequenos açudes para contenção de solo. Estes açudes permitiram também que a velocidade da água (normalmente de regime torrencial) fosse reduzida e não existisse mais deslizamentos de terra no local.



Na área da Serra da Tronqueira, situada perto do Miradouro da Tronqueira, havia 2 ou 3 locais susceptíveis de ocorrer deslizamentos de terras. A construção de valas de drenagem ao redor das áreas a intervencionar, permitiu que a água não circule abundantemente dentro da área e com a construção de micro-açudes nos locais que teriam mais problemas de deslizamentos de solo, conseguimos minimizar os possíveis problemas de deslizamento de terra no local. Para estas medidas foram utilizados os troncos de madeira existentes no local, tendo-se construído mais de 10 micro açudes para cerca de 100m, evitando assim ter problemas de perdas de solo.



Por último, mas não menos importante, nos caminhos florestais abertos para o acesso às áreas de intervenção do Gradiente altitudinal, verificava-se que as valas de drenagem ao longo do caminho não eram suficientes. O solo no caminho florestal ia desaparecendo, colocando em risco a segurança do caminho.  Então para que este problema terminasse, construiu-se um pequeno muro vivo, técnica também utilizada na fase inicial do projecto na Mata dos Bispos, fazendo com que aquele local especifico deixasse de ter problemas de erosão. Mais uma vez os materiais utilizados foram apenas os troncos de madeira existente ao redor daquele local.


As técnicas de engenharia natural testadas ao longo do projeto Life+ Terras do Priolo têm tido resultados bastante positivos na contenção de solos em áreas de declive acentuado e com graves problemas de erosão.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

Consulta pública do Bom Estado Ambiental da Macaronésia


A avaliação do Bom Estado Ambiental (BEA) da Macaronésia no âmbito do descritor 1 da Biodiversidade, tendo como grupos funcionais alvo, as aves marinhas, tartarugas e mamíferos marinhos está sob consulta pública até ao dia 22 de fevereiro de 2019. O relatório (Macaronesian Roof Report, MRR) em questão foi um resultado do projeto MISTIC SEAS II, financiado pela comissão europeia, através da DG-ENV, e com os fundos a virem do Fundo Europeu para os Assuntos do Mar e Pescas (FEAMP), e tendo vários parceiros, nos Açores, o Fundo Regional para a Ciência e a Tecnologia e a Direção Regional dos Assuntos do Mar, entidade que é responsável pelo cumprimento da DQEM (Diretiva Quadro Estratégia Marinha, Diretiva 2008/56/CE) na Região que desde 2014 em conjunto com os restantes parceiros desenvolve ações com o intuito de manter e/ou atingir o BEA dos Açores, Madeira e Canárias.

Cria de painho-de-monteiro Hydrobates monteiroi

Adulto de painho-de-monteiro Hydrobates monteiroi

Projeto no qual foram implementadas as monitorizações-piloto

Este documento visa assim ser a base para o cumprimento do artigo 17, e apresenta informação sobre as espécies e critérios avaliados, e possui ainda os resultados obtidos na monitorização uniformizada e piloto que as 3 regiões desenvolvem de forma coordenada através do MISTIC SEAS II com a colaboração dos especialistas na área e das entidades competentes, e ainda através de programas ou projetos que em sinergia com o referido projeto contribuem para uma gestão e monitorização mais integrada contribuindo positivamente para o BEA.

A SPEA tem vindo a colaborar para elaboração e execução dos programas de monitorização e implementação prática dos mesmos, no que respeita às aves marinhas, na ilha das Flores, ilha do Corvo, Graciosa, Santa Maria e São Miguel, onde se localizam as principais colónias das espécies de aves marinhas.

Para poder fazer a sua contribuição basta aceder ao documento no site da DRAM e enviar os seus contributos para:

 info.dram@azores.gov.pt  , de modo, a que os mesmos sejam integrados na versão final a reportar.


Cagarros já animam a noite da ilha do Corvo


A mais pequena ilha do arquipélago já tem nova vida, como habitual a ave marinha mais emblemática da região está de regresso para mais uma "lua-de-mel" na ilha do Corvo. Foi no 17 de fevereiro que ecoou pela noite da Vila do Corvo o som tão característico que dá outra sinfonia a este pequeno "calhau no meio do Atlântico", pois é, os cagarros Calonectris borealis estão de volta e se em janeiro já os observamos no mar, o primeiro "gaooh-ac gaooh-ac gaooh-ac ooh-aah" de 2019 animou esta noite de inverno que se faz sentir no Grupo Ocidental e que é o presságio para uma Primavera já muito aguardada. 

Cagarro Calonectris borealis

Para terminar e como esperado o primeiro som foi de um macho, eles que à partida são os primeiros a chegar de modo, a proteger o ninho de possíveis novos reprodutores e que esperarão durante as noites pela sua "companheira" após uns meses separados iniciando assim mais um ciclo na vida de um casal de cagarros.