quinta-feira, 21 de outubro de 2021

39.000 plantas nos viveiros da SPEA Açores

Os viveiros de produção de plantas da SPEA Açores, situados em Santo António Nordestinho, são um dos pilares essenciais para os trabalhos de conservação realizados pela SPEA na ZPE Pico da Vara/Ribeira do Guilherme, a casa do Priolo. Atualmente, os viveiros estão com 39.000 plantas nativas e endémicas de 20 espécies diferentes dos Açores, em vários estados de desenvolvimento e que serão um dia plantadas nas áreas alvo de restauro ecológico da responsabilidade da SPEA, no âmbito de LIFE IP Azores Natura.

Estufa com 14.500 plantas em estado de desenvolvimento

O espaço onde estão localizados os viveiros de produção de plantas da SPEA, comportam atualmente diversas infraestruturas que servem para o tratamento, germinação e crescimento das plantas que fazem parte da floresta nativa dos Açores.

Na estufa principal estão atualmente 14.500 plantas, entre herbáceas, arbóreas e arbustivas, em fase de desenvolvimento. Quando as plantas atingem um patamar de crescimento aceitável, elas são mudadas para as duas estufas de sombra existentes, onde é feita a aclimatização das mesmas. Numa das estufas estão as plantas mais novas, num total de 12.600 plantas, na outra, encontram-se cerca de 11.500 já com uma taxa de crescimento maior. Estas estufas de sombra servem para as plantas se irem adaptando às condições que irão encontrar nas áreas de intervenção.

Manutenção das plantas em vasos

Estufa de sombra

O processo de climatização de plantas na estufa é um passo extremamente importante para garantir o sucesso da recuperação das áreas intervencionadas. Mas há ainda mais um passo a ter em conta antes das plantas chegarem às áreas: passagem pela estufa de aclimatização onde estarão mais expostas aos elementos naturais com o mínimo de proteção.

Sanguinho (Frangula azorica)

Para além das estufas já existentes, em breve será instalado um novo estufim destinado às sementeiras. Esta primeira fase de desenvolvimento das plantas, a partir de sementes recolhidas na natureza, exige uma atenção diferente. Por exemplo, a quantidade de água que deverão receber é diferente das plantas já em crescimento. O novo estufim permitirá fornecer estes maiores cuidados às sementes em germinação.

Sementes em germinação

Uma outra estrutura a ser criada será uma enfermaria para as plantas que se encontrem doentes, podendo nesse espaço receber tratamento e ficar sob quarentena, evitando assim a contaminação das plantas que se encontrem saudáveis.

O espaço dos viveiros comporta ainda, estações de compostagem que depois servirá para encher os vasos para as plantas, um tanque que recolhe a água da chuva para depois ser utilizada para a rega das plantas e canteiros para a recolha de sementes de herbáceas. Por exemplo, em dois destes canteiros foi possível recolher sementes para a produção de 6.000 plantas.

Estação de compostagem

Atualmente, os técnicos do LIFE IP estão a proceder à realização de uma base de dados informatizada onde será possível fazer o rastreio de cada planta, desde o sítio onde a semente foi recolhida até à área onde foi plantada, ajudando também a perceber todo o processo de germinação e crescimento da planta. Basicamente, cada planta terá o seu próprio número de identificação.

Existe nas instalações um laboratório, que permite  armazenar as diversas sementes recolhidas, categorizadas com número de lote que permite saber onde e quando foram recolhidas e qual o processo de tratamento a que foram sujeitas para depois podermos saber onde serão plantadas. Neste laboratório são efetuados testes de germinação com as sementes, que têm como objetivo verificar qual é a capacidade de germinação de cada um dos lotes e também identificar métodos para incrementar o número total de sementes que germinam em cada lote. Com este trabalho, consegue-se poupar meios e recursos obtendo uma taxa de sucesso mais elevada na germinação.

Testes de germinação

Armazenamento de sementes com nº de lote

O crescimento em viveiro das plantas endémicas e nativas da floresta Laurissilva, é um trabalho moroso e complicado, mas que traz benefícios imensuráveis para a proteção da floresta nativa dos Açores e do Priolo. 

Os viveiros são um dos principais pilares da recuperação do priolo e do seu habitat.


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