quinta-feira, 21 de julho de 2016

Diretor da IUCN visita LIFE+ Terras do Priolo

Thomas Brooks,  é o Diretor de Ciência e Conhecimento da IUCN (International Union for Conservation of Nature) com sede na Suíça.


O Dr. Brooks está na ilha da Terceira no congresso internacional "Island Biology 2016", que junta especialistas de diversas áreas que estão a discutir a biologia das Ilhas.

Tendo grande interesse em ornitologia e conservação de espécies e habitats, aproveitou a vinda aos Açores para conhecer melhor os trabalhos de conservação do Priolo em São Miguel, bem como tentar observar esta espécie endémica.


As crias de painho-de-monteiro já nasceram

O projeto LIFE EuroSAP junta 10 países europeus, nos quais Portugal está incluído, e tem como objetivo unir sinergias para enfrentar os novos desafios e ameaças a que algumas das nossas aves icónicas estão sujeitas. Este projeto, que teve início em abril de 2015 e que irá ser implementado até março de 2018, conta com o envolvimento de 13 parceiros, sendo a SPEA o representante do projeto em Portugal. 


Durante os três anos de duração, este projeto irá desencadear, neste caso especifico, o processo de definição do Plano de Ação para o painho-de-monteiro. A SPEA irá coordenar as ações que envolvem esta espécie.  

É neste seguimento que têm vindo a ser desenvolvidas ações de monitorização desta espécie na Ilha da Graciosa, local onde ocorre. 


Neste momento os painhos-de-monteiro estão em plena época de reprodução e a maioria das crias já eclodiu. A equipa da SPEA tem estado nos últimos dias a realizar uma sessão intensiva de anilhagem no ilhéu da praia, contando até ao momento com cerca de 200 painhos monitorizados.

sexta-feira, 15 de julho de 2016

Mistic Seas: teste de metodologias

Nos dias 24 a 26 de junho os especialistas das aves marinhas, mamíferos marinhos e tartarugas marinhas do projecto Mistic Seas* (Indicadores e critérios standard para as ilhas da Macaronésia através de metodologias e medidas comuns de monitorização da biodiversidade marinha na Macaronésia) voltaram a reunir-se, desta vez na ilha da Madeira com o intuito de testar as metodologias de monitorização propostas anteriormente.
Aqui os grupos dividiram-se e a equipa das aves marinhas pernoitou na Deserta Grande para testar algumas das metodologias que permitem obter os indicadores do Bom Estado Ambiental, nomeadamente, através da abundância, sucesso reprodutor e taxa de sobrevivência. Para isso, a área foi prospectada, e foram monitorizados alguns ninhos de alma-negra Bulweria bulwerii que se encontrava em incubação, além disto foram ainda montadas redes de anilhagem no sentido de usar a marcação-recaptura e foi ainda testada a câmara térmica que poderá ser muito útil para encontrar colónias de difícil acesso. 

Equipa das aves marinhas na Deserta Grande
Foto: Instituto das Florestas e Conservação da Natureza

Monitorização de ninhos de alma-negra
Foto: T. Pipa

Registo da biometria da alma-negra Bulweria bulwerii
Foto: T. Pipa

Estes trabalhos tiveram ainda o apoio da Doutora Patrícia Pedro investigadora do IMAR que se encontrava a seguir o sucesso reprodutor da alma-negra. Aqui ficou bem patente o que já havia sido discutido, algumas vezes, e ainda que se pretendam metodologias comuns para a Macaronésia, estas tem que ser adaptadas consoante os arquipélagos, ilhas e mesmo colónias, uma vez que, nem todas as metodologias são exequíveis em algumas das áreas em questão e diferem muito entre si consoante as características do terreno e inclusive estão à mercê da acção das causas naturais, por exemplo, em algumas colónias é possível monitorizar e seguir ninhos durante uma escala temporal que nos permita obter dados viáveis do estado da população e noutras áreas, sujeitas à erosão por exemplo, não é fácil monitorizar o mesmo número de ninhos e a área, pois todos os anos desaparecem ninhos. Fica um agradecimento pela forma como fomos recebidos pelo Instituto das Florestas e Conservação da Natureza pela maneira como nos receberão e pela organização do workshop.


Equipa das aves marinhas no cimo da Deserta Grande
Foto: T. Pipa

Vista de cima da casa de apoio na Deserta Grande
Foto: T. Pipa

De volta à ilha da Madeira, os Grupos de Trabalho reuniram-se e discutiram as fichas de monitorização, assim como, os passos a seguir para definir o Plano de Acção para atingir o Bom Estado Ambiental na região biogeográfica da Macaronésia. A equipa das aves marinhas teve ainda a oportunidade de realizar escutas na parte oriental do Maciço Montanhoso Central junto à colónia da rara Freira-da-madeira Pterodroma madeira a mais de 1600m de altitude em pleno Pico do Areeiro e deixar-se encantar pelas freiras que ecoaram pela noite dentro. Esta é a ave marinha mais ameaçada da Europa e é endémica da Madeira estando restrita a esta área e tendo apenas 65-80 casais reprodutores. Na última noite, tivemos ainda a sorte e privilégio de apoiar o Dr. Frank Zino na marcação-recaptura com recurso a redes das freiras no sentido de recapturar os loggers colocados por este, onde fomos afortunados com a captura de um indivíduo, e principalmente com as histórias deste médico e naturalista, filho do naturalista e ornitólogo Paul Alexander Zino que junto com o pastor João Gouveia redescobriram a espécie que se pensava extinta, em 1969. Uma oportunidade que certamente ficará nas nossas memórias e que guardaremos connosco como privilegiados por trabalhar com e para a conservação de aves marinhas.

Freira-da-madeira Pterodroma madeira
Foto: T. Pipa

Frank Zino a registar as biometrias à Freira-da-madeira
Foto: T. Pipa

Equipa com a Freira-da-madeira
Foto: Frank Zino

* O projecto é coordenado pelo Fundo Regional para a Ciência e Tecnologia, pela Secretaria Regional do Mar, Ciência e Tecnologia, e pelo Governo Regional dos Açores, em parceria com a Secretaria Regional do Ambiente e dos Recursos Naturais, Governo Regional da Madeira (Direcção Regional do Ordenamento do Território e Ambiente/Serviço do Parque Natural da Madeira), Direção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos, Fundação Biodiversidade do Ministério da Agricultura, Alimentação e Meio Ambiente, Instituto de Oceanografia Espanhol e Direcção Geral da Sustentabilidade da Costa e do Mar, e com a colaboração de diversas entidades, nomeadamente a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves, IMAR- Universidade de Coimbra, Fundação Gaspar Frutuoso-Universidade dos Açores, Grupo de Investigação e Conservação das ilhas Canárias, ADS Biodiversidad, Universidade da Madeira, ALNILAM e SECAC. 

sábado, 9 de julho de 2016

Aves marinhas no Dia da Criança no Corvo

Na última semana de aulas e para celebrar o Dia da Criança junta-mo-nos à EBSMS para pintar um placard com as aves marinhas dos Açores, no qual participaram 20 alunos e inclusive uma ex-aluna da escola que se encontrava de férias, a Maria Pimentel que com os seus dotes contribuiu e muito para a finalização da pintura.










Após finalizada, convidamos as crianças do Jardim de Infância para mais uma acção de sensibilização e para tirarem a foto com o placard.



Esta foi mais uma forma de dar a conhecer as aves marinhas nidificantes nos Açores e sensibilizar os alunos para a sua conservação. O placard vai agora ficar em exposição na escola e será reutilizado noutras acções de sensibilização.




quinta-feira, 7 de julho de 2016

Comissário Europeu visita Ilhéu de Vila Franca do Campo

Recentemente o Comissário Europeu do  Ambiente, Assuntos Marítimos e Pescas, visitou o Ilhéu de Vila Franco do Campo para conhecer melhor os trabalhos realizados no âmbito do LIFE+ Ilhas Santuário para as Aves Marinhas.


O Comissário Karmenu Vella, durante a sua visita a São Miguel, teve possibilidade de visitar um dos projectos LIFE coordenados pela SPEA. Sendo o Comissário responsável pelo programa LIFE, a visita permitiu tomar conhecimento dos trabalhos feitos durante o LIFE nomeadamente ao nível da monitorização de aves marinhas e da recuperação de habitats costeiros e da flora nativa do ilhéu, bem como ao nível da história e valor cultural do Ilhéu.


Foi possível também trocar ideias sobre o programa LIFE e a sua importância para a conservação dos valores naturais não só nos Açores, mas mesmo em todo o território nacional.


A visita teve também a presença do Secretário Regional do Mar, Ciência e Tecnologia e da Directora, técnicos e vigilantes do Parque Natural de ilha, as entidades parceiras, em conjunto com o Clube Naval de Vila Franca do Campo.

III Atlas do Priolo – 55 participantes percorreram mais de 300 pontos

O Atlas do Priolo é organizado de 4 em 4 anos e a terceira edição decorreu de 27 de junho a 2 de julho nas Terras do Priolo (Concelhos do Nordeste e Povoação). Esta edição contou com a participação de 55 voluntários que vieram contar todos os priolos do mundo.

Estes voluntários conseguiram percorrer os mais de 300 pontos da área de distribuição e os registos obtidos de Priolo são animadores pois estão dentro dos resultados obtidos no II Atlas do Priolo em 2012, apesar das tempestades do final do ano passado e do nevoeiro que teimava em aparecer durante os dias do atlas. 
 
No ultimo dia os participantes ainda tiveram hipótese de passear pelas Terras do Priolo, ficando a conhecer algumas das paisagens e locais lindissimos destes dois concelhos.

O Atlas é organizado pela SPEA em colaboração com a Secretaria Regional da Agricultura e Ambiente, e contou este ano com o apoio de diversas entidades, tais como a Escola Básica e Secundária do Nordeste, Agência Melo, Yoçor, Lactaçor, Refrige SA e Câmara Municipal do Nordeste. 

Esta é uma ação de características quase únicas a nível mundial e que foi realizada pela primeira vez em 2008, sendo essencial para acompanhar a evolução da população de priolos, obtendo informação fundamental para a planificação das medidas necessárias para a sua conservação. 


Os voluntários vieram de diferentes pontos dos Açores, de Portugal continental, Canadá, Espanha, República Checa e Bélgica.  

Os dados obtidos neste Atlas serão divulgados brevemente.