quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Levando a Tronqueira ao recreio da escola

A equipa técnica do Centro Ambiental do Priolo (CAP) foi ontem, 24 de fevereiro, à Escola Básica e Secundária da Povoação para desenvolver uma atividade diferente, uma "Pintura do mural" com a turma do 7ºB. Esta foi a primeira fase de um projeto em parceria com a SPEA e o Projeto ECO Escola da EBS da Povoação e cujo objetivo é tornar o recreio desta escola mais ambiental e pedagógico.

Na parte da manhã, e com um maravilhoso sol a motivar todos os participantes, fez-se a preparação do mural para depois do almoço esboçar os contornos da Serra da Tronqueira. No mesmo mural também foi pintado o símbolo do CAP.



Todos os participantes desfrutaram muito da atividade e o resultado foi agradável para todos.


O nosso especial agradecimento aos professores e alunos pelo interesse e pela participação nesta atividade. Esperamos que todos desfrutem  deste novo e lindo mural da Serra da Tronqueira no seu recreio e esperemos para ver como será o resultado final deste projeto impulsionado pela dinâmica que aqui se criou.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Os Cagarros estão de volta!


Os Cagarros Calonectris borealis estão de volta aos Açores depois de passarem o Inverno em terras mais quentes, nas costas sul-africanas e brasileiras estes nossos amigos regressaram às ilhas de Bruma para mais um vez nidificarem em plena Primavera/Verão nos Açores. No Corvo as primeiras vocalizações foram ouvidas no dia 22 de Fevereiro, o dia do nascimento do fundador do escotismo Robert Baden-Powell e por isso muito importante para todos os Escoteiros no Mundo.



No dia seguinte tive ainda a visita pelas 20h de dois alunos do primeiro ciclo, Nicole Rocha e Afonso Custódio que nos vieram avisar que já tinham ouvido Cagarros, um desafio lançado nas aulas de Educação Ambiental e por essa razão vão ter o merecido prémio. 

Continuem a apreciar um dos sons característicos dos Açores e que por cá vai ecoar até Outubro-Novembro.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Projeto "Chegadas - Açores" 2016

O projeto “Chegadas - Açores” pretende ajudar a reforçar o conhecimento sobre as chegadas ao território português de algumas espécies de aves estivais.

Nos Açores, o seu objetivo,  a médio prazo, caracterizar padrões e tendências plurianuais nas chegadas de cagarros (Calonectris diomedea borealis) e garajaus (Sterna dougallii e Sterna hirundo) e envolver os cidadãos numa iniciativa de Citizen Science (Cidadania na Ciência) em que os voluntários assumem um papel crucial na obtenção dos dados, criando um quadro de referência no que diz respeito às datas e locais de chegada destas espécies aos Açores.


A participação nesta iniciativa consiste no envio dos registos das primeiras observações destas aves para o endereço centropriolo@spea.pt. Em cada registo deve ser indicada no assunto da mensagem "Projeto Chegadas Açores" e a espécie observada, data de observação, número de aves e local. Sempre que possível os participantes devem enviar fotos da sua observação.


As observações serão depois classificadas como precoces, regulares, tardias e repetidas. Com o observações precoces e tardias entende-se uma observação na qual o intervalo entre a real chegada e a observação é significativo.

A SPEA Açores agradece todo o seu contributo a esta iniciativa.

Acompanhe as chegadas aos Açores através do mapa de chegadas

Monitorização da erosão da linha de água

Ao longo dos séculos, o Homem alterou significativamente o ambiente que o rodeava, com consequências catastróficas, especialmente ao nível do abastecimento de água para as populações. A poluição aquática, a dispersão de espécies invasoras de flora e fauna, as alterações morfológicas efetuadas pelo homem às ribeiras e áreas húmidas, e a captação de água para rega ou abastecimento das populações, são apenas alguns exemplos das alterações que o meio ambiente tem sido alvo.

Perante este cenário, a Diretiva Quadro da Água (2000/60/EC) surgiu com o intuito de promover o uso sustentável da água e transformar os ambientes fluviais da União Europeia num estado ecológico ótimo. Entende-se por estado ecológico aquela medida de qualidade da estrutura e funcionamento do ecossistema aquático. Num ótimo estado ecológico, as condições físico-químicas e morfológicas do meio aquático devem permitir o correto desenvolvimento das comunidades que o habitam, sendo que a avaliação destas condições, conjuntamente com as condições biológicas baseadas na composição da flora e fauna aquática, determinam o estado ecológico dos ecossistemas fluviais.


É neste enquadramento, que no âmbito do Projeto LIFE+ Terras do Priolo está a ser realizada a intervenção de requalificação ambiental numa área de 28 hectares que constitui um gradiente altitudinal dos 300 metros até aos 900 metros situada na Serra da Tronqueira. Esta área é atravessada por um afluente da Ribeira do Guilherme de caudal permanente em cujas margens ao longo do gradiente altitudinal podem-se encontrar povoamentos puros de espécies invasoras, nomeadamente Incenso (Pittosporum undulatum), e Floresta de Laurissilva invadida por espécies invasoras como a Cletra (Clethra arborea), Acácia-negra (Acacia melanoxylon) e também Incenso. 


A complexidade da intervenção nas áreas ribeirinhas devido à dificuldade associada à falta de acessos, a elevada densidade de espécies invasoras, faz com que esta intervenção tenha associada uma ação de acompanhamento do estado ecológico da ribeira, sendo de extrema importância a avaliação das condições físico-químicas, hidromorfológicas e biológicas de acordo com a legislação Regional e a Diretiva Quadro Água, assim como da erosão nas margens da ribeira, onde se avaliam os movimentos das partículas do solo.


Neste mês de Fevereiro iniciaram-se as primeiras recolha de amostras de água e solo para análise no laboratório. As analises físico-químicas serão realizadas pelo instituto INOVA, as análises biológicas serão efetuadas em colaboração com a Universidade dos Açores e as análises de solo serão efetuadas pelo Laboratório Regional de Engenharia Civil (LREC). 


Esta monitorização permitirá caracterizar e avaliar os efeitos de recuperação de uma área natural invadida atravessada por uma linha de água secundária, o que possibilitará estudar ao longo do projeto as variáveis e indicadores nas diferentes situações: antes, durante e após da intervenção em áreas ribeirinhas.  

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Censo Europeu de aves marinhas - Santa Maria

No passado fim de semana, dois técnicos da SPEA deslocaram-se a Santa Maria a desenvolver trabalhos no âmbito do Atlas Europeu das Aves Marinhas. 


O objectivo foi confirmar a presença e nidificação de frulhos e paínhos-da-Madeira na ilha de Santa Maria e Ilhéu da Vila. Foram realizados escutas e censos nocturnos em ambos os locais, monitorizados e mapeados alguns ninhos de paínho-da-madeira e confirmado a sua nidificação. 

No ilhéu da Vila também foi deixado uma Unidade de Gravação Automática (ARU) com o intuito de aferir a densidade populacional das aves que aí nidificam. O restante tempo foi dedicado à realização do censo de aves costeiras (ARENARIA).


Este trabalho teve o apoio do Parque Natural de Santa Maria e o Clube Naval de Santa Maria. 

Um obrigado a todos e também ao DOP (Departamento de Oceanografia e Pescas) pelas dicas e informações sobre o ilhéu da Vila. Um bem haja.

Sessão Pública: caminhando para um santuário, passado, presente e futuro


No passado dia 31 e em virtude da visita do director executivo da SPEA e do coordenador da SPEA Açores aos trabalhos do Plano de Acção Pós-Projecto LIFE "Ilhas Santuário para as aves marinhas" financiado pelo Governo Regional e com a Câmara Municipal do Corvo e o Parque Natural de ilha como parceiros, realizou-se a sessão pública do projecto.


Foto: Joaquim Teodósio

Desde 2009 os trabalhos desenvolvidos tem contribuído para a melhoria do património natural da ilha e em particular para a conservação das aves marinhas, trabalho que tem sido continuado após o projecto, desde 2013 e que tem permitido à ilha do Corvo caminhar para proteger a sua identidade ambiental. Para isso, têm sido essenciais os trabalhos de recuperação de habitat com a plantação de 9-12 espécies nativas, e que neste momento atingem as mais de 24 000 plantas entre as áreas de intervenção do projecto (Reserva Biológica do Corvo e Reserva Biológica de Altitude) e a Vila do Corvo, assim como, a monitorização das colónias de cagarro, que infelizmente e devido a predadores introduzidos como os gatos vêem o seu sucesso reprodutor diminuir para os 38%.

RBC

OTLJ, monitorização colónias de cagarro

Estas foram apenas algumas das acções apresentadas aos 32 corvinos que se encontravam no local, de ressalvar a presença da população jovem, o que vem mais uma vez comprovar o sucesso de um dos marcos do projecto e após este, a educação e sensibilização ambiental (com 1200 participantes e cerca de 110 actividades só no pós-projecto) que tem envolvido a população e principalmente crianças e adolescentes, que nos acompanham desde o início e que por essa razão serão presenteados com um pequeno prémio, como forma de agradecer e também de incentivar a continuarem a sua excelente colaboração. 

Sala do Conhecimento, Miguel César

Prémio T-shirt alusiva ao projecto da autoria da Sofia Cascais

Afinal, serão eles o futuro do Corvo e as vozes e mãos que no futuro poderão continuar o caminho traçado até agora, para um Corvo melhor, onde a Natureza e o Homem andam de mãos dadas e o seu papel como Reserva da Biosfera é fomentado.


Balanço Pós-Projecto LIFE "Ilhas Santuário para as aves marinhas"


Nos dias 29 a 31 de Janeiro para acabar o mês em grande tivemos a visita do Diretor Executivo da SPEA, Dr. Luís Costa, e do Coordenador da SPEA Açores, Dr. Joaquim Teodósio, que se deslocaram ao Corvo para acompanhar os trabalhos realizados naquela ilha. Nomeadamente, as áreas de intervenção do Plano de Acção do Pós-Projecto "Ilhas Santuário para as aves marinhas" financiado pelo Governo Regional, com a Câmara Municipal do Corvo e o Parque Natural de ilha como parceiros.

As áreas em questão foram a Reserva Biológica do Corvo (RBC), a Reserva Biológica de Altitude (RBA)  e o estufim responsável pela produção de plantas nativas para recuperação das áreas anteriores, assim como, outras áreas relevantes na ilha.

Na RBA a visita incidiu principalmente no sentido de acompanhar a recuperação da turfeira na área e a evolução das plantas nativas aí colocadas, que desde o projecto rondam as 4000 plantas e que tem contribuído para recuperar este habitat natural com 12ha.

RBA

RBA

Fotos: Joaquim Teodósio

Erica azorica plantada na RBA


Na Reserva Biológica do Corvo o foco foi para os trabalhos de reforço da vedação antipredadores e melhoramentos futuros, no que respeita a transformar a Reserva num ponto de interesse turístico e uma colónia livre de predadores, para a qual a transposição com sucesso de juvenis de cagarro venha a ter retorno no futuro, assim como, para os trabalhos de recuperação de habitat, com a plantação de espécies nativas urze Erica azorica, pau-branco Picconia azorica, cedro-do-mato Juniperus brevifolia, sanguinho Frangula azorica, uva-da-serra Vaccinium cylindraceum, que entre as duas reservas rondam as 24 000 plantas até ao momento, sem contar com a sementeira directa de bracel Festuca petraea e vidália Azorina vidalii.

RBC

Azorina vidalii na RBC


Fotos: Joaquim Teodósio

No estufim a produção de cerca de 3500 plantas foi visitada, em particular a rara não-me-esqueças Myosotis azorica que será posteriormente transplantada para o seu habitat natural e que já o ano passado foi transplantada para ambiente natural em zona protegida.



Myosotis azorica, Julie Weissmann

Myosotis azorica transplantada para área protegida

Além destas acções foi ainda discutido o Plano de trabalho anual, assim como, outras acções prioritárias, caso da monitorização da população de aves marinhas da ilha, em particular os cagarros Calonectris borealis, que continuam a ver o seu sucesso reprodutor diminuir em consequência da acção dos gatos. Os quais estão sobre um programa de esterilização e controlo mas que com a falta de veterinário permanentemente na ilha, vai sofrendo retrocessos.





De referir ainda a importância das acções de sensibilização e educação ambiental da população (cerca de 110 actividades, com 1200 participantes, nos últimos 2 anos), em especial da população mais jovem que em muito tem contribuído para um melhor ambiente e para a conservação do património natural da ilha do Corvo.

Libertação de Hydrobates leucorhous

Para terminar, de ressalvar que os trabalhos foram acompanhados pelo presidente da Câmara Municipal do Corvo e também pelo Parque Natural de ilha.




quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Raias e Tubarões


E em Janeiro o 1º e o 2º ciclo da EBSMS, assim como, o Jardim de Infância "Planeta Azul" tiveram a oportunidade de ficar a conhecer as semelhanças (cartilagem, sem opérculo e sem bexiga natatória, foram apenas alguns dos exemplos) e diferenças (nº de fendas branquiais, posição das fendas branquiais, forma do corpo) entre tubarões, raias e também as quimeras.



Além da teoria, os alunos puderam colocar em prática várias actividades, desde desenhar e identificar as estruturas referidas, palavras cruzadas, desenhar os habitats e inclusive preparar um slogan para ajudar a proteger estas espécies, "Protege os Tubarões. O Problema não são eles, és tu!"




Caixas-ninho no Corvo


Na passada semana o ensino secundário da Escola Básica e Secundária Mouzinho da Silveira construiu duas caixas-ninho, que foram colocadas no recinto exterior da escola. As aves comuns no Corvo, tem agora duas novas casas para fazer o ninho e duas novas zonas de alimentação. Os alunos vão agora esperar que as mesmas sejam ocupadas e caso isso aconteça lá para meados de Abril, Maio e Junho poderá haver nova actividade no recinto escolar, desde a postura, eclosão e desenvolvimento das crias.






Fica apenas um apelo, para que a observação seja feita à distância, uma vez que as aves poderão sentir-se ameaçadas e abandonar o local caso o mesmo seja perturbado.